Como inverter a evolução da competitividade nacional?

JFGA generalidade das análises, não só económico-financeiras, mas também as relativas à natureza da nossa balança de transações, à intensidade tecnológica dos produtos que exportamos, à evolução do nosso mercado de trabalho, à migração dos nossos jovens talentos, …, evidenciam uma notória, e na generalidade dos estudos, uma crescente deterioração da competitividade da economia nacional, num quadro de intensa, inconstante e galopante concorrência no mercado global.

Os resultados do ranking mundial da competitividade, relativos a 2015 e publicados em 2016, exigem uma rigorosa e profunda reflexão. Portugal evidencia uma, inesperada, mas assinalável queda de oito posições, assumindo a 46º posição, sendo um dos países menos competitivos no quadro das economias desenvolvidas.

Também o resultado do European Innovation Scoreboard, comunicados em 2016, agravam a nossa preocupação e tornam inadiável uma ação concertada, profunda e com estratégias e opções politicas prolongadas atravessando diferentes governos. Efetivamente Portugal caiu mais uma posição, concretamente para o 18º. lugar, mantendo-se no grupo dos países “moderadamente inovadores”, do qual fazem parte a Espanha, Grécia, Itália, Polónia, Chipre, Croácia, …

As causas da débil, e preocupante, evolução da competitividade da economia portuguesa, que influenciará de uma forma marcante as próximas gerações e poderá comprometer o nosso posicionamento da União Europeia, a nossa qualidade de vida, a nossa cultura, os nossos valores e as nossas prioridades.

As causas são complexas, muldisciplinares e de diferente profundidade e impacto, frequentemente visíveis sobre perspetivas distintas pelos políticos, empresários, gestores, trabalhadores, sindicatos, …

Contudo há uma que atravessa as diferentes análises: a qualidade da gestão, materializada nas opções estratégicas, nos modelos de gestão dos recursos críticos, nos valores das empresas, nas suas orientações para o lucro no curto prazo, nas relações que estabelecem com os fornecedores e outros parceiros, na capacidade de trabalhar em networking, na gestão dos riscos, na otimização das oportunidades, …

Face às características da nova versão das ISO 9000, concretamente da ISO 9001: 2015, temos a certeza de que a gestão de alguns destes fatores será objeto de uma reflexão mais profunda com a consequente melhoria das metodologias e respetivo impacto no reforço da competitividade e sustentabilidade.

Júlio Faceira Guedes, Administrador da
XZ Consultores, SA

 

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