O tema desta newsletter é dedicado à conciliação. A conciliação da vida pessoal, familiar e profissional é um assunto do âmbito da Responsabilidade Social Empresarial.
As atividades de responsabilidade social externa, mas particularmente interna, impactam diretamente na saúde ocupacional dos colaboradores, no sentido mais holístico do termo “saúde”. Riscos psicossociais como o stresse, assédio moral (ou mobbing), e situações como a preparação da reforma, entre outros, impactam na saúde ocupacional e requerem uma atenção e gestão por parte de responsáveis de diferentes áreas da empresa e de diferentes níveis hierárquicos.
As organizações serão tão mais saudáveis quanto mais os colaboradores, nomeadamente chefias, estiverem informados dos fatores que levam a estes riscos, bem como das condições promotoras de um ambiente de bem-estar. Identificar e gerir estes riscos promoverá e reforçará a resiliência das organizações que vão criando os seus próprios recursos para fazerem face a qualquer situação de desequilíbrio com a qual se deparem nas diferentes fases da sua vida.
Quando falamos em organizações, falamos em pessoas. É indissociável.
As pessoas têm diferentes dimensões das suas vidas, as quais se interligam e devem estar em equilíbrio para gerar a sensação de bem-estar ou wellbeing, como agora se designa. Dado o tempo de trabalho ocupar cerca de 1/3 do dia das mesmas e a pessoa “transportar” consigo diariamente estas dimensões, sem dúvida que gerir este equilíbrio, não de uma mas de um grupo de pessoas, colaboradores que fazem uma organização, é um grande desafio.
Para tal as organizações deverão suportar-se de instrumentos estruturados que lhes permitam tirar esta “radiografia” dos riscos a que as suas pessoas estão sujeitas e analisar os âmbitos de intervenção que estão ao alcance das organizações. Há estudos que indicam que a família é dos aspetos/dimensões mais valorizados pelas pessoas e que mais impactam na sua felicidade. Ora as atividades de responsabilidade social interna das organizações poderão ter um impacto significativo na minimização dos riscos psicossociais e na promoção da saúde e bem-estar das organizações. Auscultar as pessoas nas suas necessidades e expectativas, analisar o que pode ser implementado pelas organizações e investir numa comunicação clara sobre algumas medidas e recursos das organizações que podem ser utilizados pelas pessoas serão passos fundamentais para a perceção de valorização dos ativos das organizações.
Neste âmbito o modelo efr – Entidade Familiarmente Responsável ou Modelo de Gestão da Conciliação nas Organizações pode ser uma ferramenta muito útil, numa vertente de responsabilidade social focada nas pessoas, dado que identifica necessidades em diferentes áreas que podem ser valorizadas por um conjunto de pessoas e, no que for aplicável a intervenção da organização, potenciará o compromisso entre esta e os seus colaboradores.
Organizações que se preocupam como os seus ativos, organizações que são valorizadas pelos seus ativos, serão organizações com ambiente saudável e com maior potencial para o sucesso dos seus objetivos.
Emília Costa, Responsável efr
Departamento SG | Economia Social - XZ Consultores, SA