A Europa sofre de um desequilíbrio estrutural entre o gasóleo e a gasolina produzidos, que por sua vez origina elevadas importações de gasóleo para colmatar a procura (p.e. da América do Norte e da Ásia), bem como um excedente de produção de gasolina, cujo excesso acaba por ser exportado sobretudo para a América do Norte e África. Esta situação conduz a uma elevada dependência do mercado de petróleo por parte dos países europeus.
Por outro lado, a publicação da Diretiva Europeia de Promoção das Energias Renováveis conduziu à definição de legislação específica em cada estado membro, impondo metas obrigatórias para a utilização de Biocombustíveis entre 2010 e 2020. Este facto impulsionou consequentemente o desenvolvimento de mercados de produção de bio substitutos do gasóleo, como por exemplo o Biodiesel.
Mas como o desempenho do veículo também constitui um fator relevante a considerar, foram colocadas algumas imposições técnicas por parte dos construtores automóveis europeus, levando à necessidade de inovar e melhorar esses substitutos do diesel, resultando num incremento da produção e utilização de Biodiesel, como p.e. o HVO (Óleo Vegetal Hidrogenado – Biodiesel de 2ª geração).
A produção de Biodiesel tem vindo a crescer acentuadamente nos últimos anos, estimando-se que o seu consumo na UE atinja as 20 Mton até 2020, face a um consumo atual que ronda as 14 Mton.
O biodiesel é um combustível renovável e biodegradável, utilizado em motores do ciclo diesel, e produzido a partir de óleos vegetais ou de gorduras animais.
Especificamente o Biodiesel HVO presenta-se com muitas vantagens, sejam elas de foro técnico ou ambiental, tais como:
A importância de se reforçar a produção de Biodiesel em Portugal baseia-se em fatores económicos, sociais e ambientais.
Do ponto de vista económico, é uma alternativa concreta para o consumo interno e diminuição da sua dependência dos mercados de petróleo, além de incrementar o potencial aumento dos níveis de exportação nacionais.
Do ponto de vista social, potencia a geração de postos de trabalho e o desenvolvimento do setor agrícola nacional.
Por fim, do ponto de vista ambiental, a “dieselização” apresenta também vários benefícios, tais como:
Em suma, o Biodiesel apresenta-se como uma alternativa económica, social e, sobretudo, ambientalmente viável à utilização de gasóleo comum, devendo portanto este aspeto ser alvo de reflexão nacional.
Isabel Martins, Consultora Ambiental da
XZ Consultores, SA