Novo Ano, uma nova Agenda para a Inovação

Inovação

A Europa quer assegurar um investimento de 3% do seu PIB em 2020 nas atividades de I&D, a Europa já investe 2,1% e Portugal investe apenas 1,5%.

Contudo esta não constitui a principal diferença. Efetivamente, na Europa, a relação do investimento privado face ao público é de 2:1 enquanto em Portugal o privado investe, só e apenas, quase 50% deste valor.

 

Sem querer ser alarmista, as PME´s portuguesas ocupam a 18º. Posição no ranking das empresas mais inovadoras da Europa (resultados do ultimo IUS-Innovation Union Scoreboard).

Ou seja, novos desafios exigem uma agenda mais criativa, inovadora, talvez disruptiva, pois o fosso entre a Europa, os EU e os países mais inovadores tem vindo a aumentar, nalguns casos de uma forma quase irrecuperável.

Neste quadro, coloco à vossa consideração uma nova agenda constituída por seis eixos fundamentais:

 

  1. Privilegiar a avaliação do investimento em I&D não com base no investimento efetuado, mas sim com base nos resultados, quer ao nível macro como microeconómico;
  2. Assegurar que, uma parte importante, do investimento público nas atividades de I&D seja efetuado diretamente às empresas, assumindo que estas adquirem serviços de I&D aos Centros de Investigação acreditados pela FCT.
    • Ou seja, uma parte importante do orçamento das nossas universidades seria, por estas, conquistado junto das empresas;
  3. Exigir, com rigor e penalizações relevantes, que as empresas apliquem os resultados do I&D desenvolvido pelas universidades e financiado por dinheiros públicos;
  4. Alinhar a investigação de base com a estratégia da economia nacional, assegurando uma continuidade dos projetos coerente com a duração do ciclo dos projetos de I&D;
  5. Assegurar que a generalidade dos doutoramentos é realizado nas empresas, obviamente sob a coordenação científica das universidades, e exigir que uma percentagem relevante dos doutorados sejam admitidos para os quadros da empresa que o acolheu durante o seu doutoramento;
  6. Avaliar os investigadores não com base no número, e qualidade, das publicações relevantes que produzem, mas também com base no seu contributo para o negócio das empresas.

Espero contribuir para uma reflexão, que sendo necessária, exige uma mudança radical dos objetivos, modelo organizacional, comportamentos, …, das nossas universidades.

 

lio Faceira Guedes, Administrador da
XZ Consultores, SA

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