Aproxima-se o momento do lançamento da nova ISO 9001

Estamos a um ano do lançamento da nova ISO 9001. É o momento de começarmos a conhecer melhor este novo referencial normativo no qual a generalidade das organizações deposita uma grande expectativa e confiança na sua capacidade de reposicionar os Sistemas de Gestão da Qualidade como um instrumento de gestão influenciado, e influenciador, do ambiente que envolve as organizações, promotor de uma eficaz gestão do conhecimento e focado na melhoria do desempenho e na imprescindível gestão dos riscos inerentes ao negócio.

Todos nós reconhecemos algumas das principais insuficiências da atual ISO 9001: 2008, reconhecendo-lhe contudo o mérito de ter estimulado e potenciado, por exemplo a adoção de uma gestão por processos e o reforço da gestão por objetivos.

Contudo, também identificamos neste relevante instrumento de gestão, reconhecido como tal por mais de 1.000.000 de organizações à escala mundial, algumas debilidades e insuficiências.

Tal como acontece com outras abordagens organizacionais e instrumentos de gestão, também a ISO 9001: 2008 é acusada de induzir perdas de flexibilidade, inibir a rapidez de resposta ao mercado, obrigar as organizações a focalizarem alguns dos seus valiosos recursos na conformidade das práticas e não no cliente ou na melhoria do desempenho operacional.

Algumas destas frequentes acusações revelam ou um profundo desconhecimento da ISO 9001: 2008, quer do ponto de vista conceptual, quer do conteúdo das suas exigências ou uma interpretação abusiva das mesmas, ou, o mais grave, uma visão sustentada em opiniões e perceções pouco fiáveis e confiáveis, às vezes propositadamente deturpadas.

Nalgumas organizações não há qualquer interesse na existência de metodologias consolidadas, estruturadas, que responsabilizem, que deixem evidências, …, noutras há a falsa ilusão de que não há tempo para cumprir as metodologias, como se estas não pudessem ser alteradas e alinhadas com as reais necessidades.

Continuamos a ter nalgumas organizações profissionais que preferem gerir a entropia, a improvisação e o informalismo, que privilegiam o poder informal, que não apreciam a avaliação e que odeiam responsabilizar-se pelo registo do que fizeram.

Contudo, felizmente para a sustentabilidade das organizações e para a criação de riqueza para a sociedade, estes são cada vez em menor número.

Temos a certeza que a futura norma assumirá um papel estruturante, inovador e fundamental na gestão das organizações.

 

Júlio Faceira Guedes, Administrador
XZ Consultores, SA

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