Abordagem simplificada à ISO DIS 9001: 2015

Sistemas de Gestão

Continua o crescimento da nova Norma ISO 9001 e a versão de pré projeto da norma já nos permite confirmar as principais alterações, que naturalmente poderão ser consolidadas em março de 2015 com a versão final de pré projeto (FDIS).

Confirma-se a nova estrutura das normas de gestão da ISO constituída pelos seguintes pontos:

  1. Âmbito
  2. Referências
  3. Termos e definições
  4. Contexto da Organização
  5. Liderança
  6. Planeamento
  7. Suporte
  8. Operação
  9. Avaliação do desempenho 
  10. Melhoria

Tal como se confirma uma alteração nos princípios de gestão da qualidade, que sendo menos permitiram uma maior consistência e objetividade:

  1. Focalização no Cliente
  2. Liderança
  3. Gestão de Pessoas
  4. Gestão por Processos/Abordagem Sistêmica
  5. Melhoria 
  6. Processo de tomada de decisão baseada em fatos
  7. Colaboração na cadeia de valor.

Confirma-se igualmente que a nova norma irá:

  1. Aumentar a confiança na capacidade da organização fornecer produtos e serviços conformes, e com isto, melhorar o grau de satisfação e de confiança dos clientes.
  2. Manter a não aplicabilidade de alguns requisitos. Não fazendo referência expressa a “exclusões” continuará a existir requisitos que a organização poderá avaliar a sua aplicabilidade.
  3. Continuar a diminuir a exigência formal de requisitos documentados, dando cada vez mais importância ao desempenho, por exemplo, não existe referência ao Representante da Direção, mas não deixa de ser evidente o papel cada vez mais ativo que é imposto à Direção.
  4. Reforçar a focalização da organização não só nos clientes mas também na estratégia, incluindo uma cláusula para o estabelecimento da estratégia e a identificação das necessidades e expetativas das partes interessadas, que podem ser:
    1. Clientes;
    2. Acionistas; 
    3. Trabalhadores da Organização; 
    4. Fornecedores;
    5. Quaisquer outros interessados.
  5. Substituir os termos “documento” e “registo” por “informações documentadas”, sem mudança ou adição significativa de novos requisitos relacionados com a documentação.
  6. Substituir o termo “produto” por produto e serviços.
  7. Introduzir o conceito de “conhecimento”, que deve ser mantido, protegido e disponibilizado.
  8. Introduzir a necessidade de identificar, verificar, proteger e salvaguardar a propriedade de fornecedores externos, mantendo-se tal necessidade para a propriedade dos clientes, sem mudança ou adição significativa de novos requisitos.
  9. Melhorar continuamente a eficácia do sistema de gestão de qualidade, identificando áreas de fraco desempenho ou oportunidades a explorar e utilizando sempre que necessário ferramentas e metodologias aplicáveis à investigação das causas do mau desempenho. Os riscos e as oportunidades na realização de objetivos, de produtos e serviços (satisfação do cliente ou projetos) ou de processos devem ser identificados e determinados.
  10. Por último, substituir o conceito de ação preventiva por uma abordagem baseada no risco. Apesar de não haver qualquer exigência para uma gestão de risco, realizada de forma formal, é evidente a necessidade de adotar um pensamento baseado no risco. Esta será certamente a alteração mais visível e que maior impacto provocará nos sistemas de gestão da qualidade, muitas vezes mais preocupados com a certificação do que com a gestão da qualidade.

José João Cordeiro, Consultor
XZ Consultores SA

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