O papel da gestão do risco nos Projetos de Inovação

IDI

O papel da inovação no reforço da capacidade competitiva das Organizações e, consequentemente, na confiança na sua sustentabilidade é um pressuposto inegável, reconhecido e aceite pela generalidade dos investidores, gestores e trabalhadores, sendo muitas as evidencias, quer empresariais quer cientificas, que comprovam esta afirmação.

Contudo, é também evidente que os riscos associados à inovação, quer no plano económico-financeiro, quer no plano socio-organizacional merecem uma particular análise, avaliação, ponderação e decisão sobre os mesmos.

A decisão de inovar o quê, como, quando e com que objetivo, é, quase sempre, um processo complexo, exigente, dinâmico, multidisciplinar e, em particular quando a investigação assume um papel preponderante na concretização da inovação, caracterizado por uma elevada dose de incerteza.

O risco, assumindo-o como a possibilidade de um incidente ocorrer, está presente em qualquer decisão de gestão, mas quando o objetivo é decidir favoravelmente, ou não, investir determinado valor, frequentemente num quadro de insuficiência de recursos financeiros, na produção de conhecimento, esperando que o mesmo possa ser valorizado num momento posterior, a sua gestão constitui um fator fundamental para o sucesso da organização.

A multidisciplinariedade dos riscos exige que os mesmos sejam identificados e avaliados por especialistas das diferentes áreas do conhecimento e da gestão e, não apenas, pelos economistas, erro frequentemente assumido por algumas organizações, demasiado preocupadas com as questões económico-financeiras, desprezando os riscos sociais, os organizacionais, os inerentes á evolução dos concorrentes, do mercado, da ciência, da tecnologia, …..

É também evidente que não é suficiente avaliar o risco e obter um resultado. Analisá-lo, compará-lo com o nível de risco aceitável e decidir sobre o que fazer para vigiar, anular ou minimizar o risco excedentário e o residual, constitui uma atividade relevante na execução de qualquer projeto.

Não inovar, quando os clientes e o mercado o exigem e quando a evolução do negócio o recomenda, pode ser um passo para a crescente e definitiva perda de competitividade.

Neste contexto, uma eficaz gestão do risco constitui um fator fundamental para a concretização dos objetivos estabelecidos para cada um dos projetos e nunca, independentemente da natureza e intensidade dos projetos de inovação, deve ser desprezada e desvalorizada.

Júlio Faceira Guedes
 XZ Consultores SA

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