Alterações do Plano Nacional de Vacinação 2017

Susana Martins

Todos nós sabemos que as doenças infeciosas são causadas por microrganismos que têm a vantagem de se reproduzirem e evoluírem muito mais rapidamente que os seus hospedeiros humanos, podendo assim por em perigo a vida do Homem. Deste modo, de forma a tentar combater esta situação, foi criada em 1796, por Edward Jenner, a primeira vacina contra a varíola, doença grave que matava ou deixava a pessoa com o rosto marcado por cicatrizes profundas.

As vacinas consistem na inoculação deliberada de microrganismos causadores da doença, modificados por forma a perderem a virulência, no entanto, mantendo a capacidade de quando introduzidos no organismo humano este possa criar imunidade com segurança. A imunidade criada através da vacina baseia-se na capacidade de reação do organismo aos agentes infeciosos ao produzir anticorpos que combatam esses agentes. A vacinação tem assim por objetivo primordial proteger o ser humano contra determinadas doenças.

Conforme as suas características e a epidemiologia das doenças numa determinada zona ou país, as vacinas podem integrar os programas de vacinação nacionais, com esquemas adaptados à realidade de cada país ou região, sendo assim normal existirem programas de vacinação diferentes em diversos países. Assim, diversas organizações internacionais promovem e implementam a vacinação como forma de obter ganhos em saúde, contribuindo assim para a promoção da saúde e prevenção da doença, melhorando a saúde e o bem-estar da população.

Segundo alguns estudos, algumas patologias estão em decréscimo em Portugal, nomeadamente, a poliomielite, o sarampo e a rubéola (Fonte: DGS/DEV).

Desta forma, surge assim, a necessidade de ser implementado um novo plano nacional de vacinação, que difere do anterior em alguns aspetos, nomeadamente:

BCG: vacinação de grupos de risco contra a tuberculose, sendo excluída do PNV

Tdpa (Tosse convulsa): vacinação durante a gravidez com uma dose de vacina combinada contra a tosse convulsa, o tétano, e a difteria, em doses reduzidas (Tdpa), entre as 20 e as 36 semanas de gestação, idealmente até às 32 semanas. A vacinação deve ocorrer após a ecografia morfológica (recomendada entre as 20 e as 22 semanas + 6 dias)

HPV:  vacina com nove valências. Proteção mais precoce (aos 10 anos de idade em vez de 10-13 anos de idade), maximizando imunogenicidade

HEXAVALENTE: Nova vacina combinada aos 2 e 6 meses idade (DTPaHibVIPVHB)

VASPR e DTPaVIP: Antecipação da vacinação pré-escolar (5 anos em vez de 5- 6 anos)

Td: Vacinação aos 10, 25, 45, 65 anos >65 anos (10/10 anos), permitindo uma proteção mais duradoura (pelo menos 20 anos).

PNV2017

Susana Martins (Enfermeira Clínica SBE)

 

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